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Conheça o produtor brasileiro que já recebeu mais de 15 suportes de Hernan Cattaneo

André Moret vem se destacando como um dos expoentes da nova geração de produtores nacionais

por Louise Lamin

O ano era 2016, quando em um Warung Tour, em São Paulo, André Moret recebeu o seu chamado de volta ao universo da Dance Music. Sua conexão com a música, apesar de ser bem forte por toda a sua vida, estava estremecida, a ponto de não ver sentido na cena e, muito menos, em compartilhar sua arte com o mundo. Mas, naquele dia, suas escolhas foram colocadas a prova e através do som, pode encontrar novamente seu caminho até ele. O mensageiro que, quase como mágica, o trouxe de volta era ninguém menos que Hernan Cattaneo, que com suas linhas profundas e melódicas entregou um set marcante e inesquecível – principalmente para Moret, que ganhou um novo sentido em sua vida.

Essa história é verídica e marca um novo ciclo importante para o DJ e produtor, que desde a infância é apaixonado por música eletrônica. Inclusive, sua jornada já é longa, possuindo especialização em Engenharia de Áudio e sendo, atualmente, dono de uma identidade original e profunda, que o levou a ser apontado como um dos expoentes da nova geração de produtores nacionais do gênero.

Mas antes de chegar neste patamar, passou por momentos difíceis, se vendo perdido neste caminho, sem saber por onde trilhar, e foi neste período que veio a virada de chave de sua carreira. O Warung Tour de 2016 era para ser apenas mais um festival, o qual iria assistir um de seus artistas favoritos, no caso, Frankey & Sandrino, mas a surpresa foi maior ainda, trazendo a descoberta de um novo ídolo a admirar e a esperança e vontade de continuar.

“Eu adorei o set do Frankey & Sandrino, mas quando começou a tocar Hernan Cattaneo, eu fiquei parado, me deu um baque, um choque e eu não sabia muito como interpretar. Fiquei sem reação mesmo, eu não conseguia dançar, fiquei em modo estátua, só prestando atenção e pensando ‘o que que esse cara tá fazendo? O que é isso? Eu nunca escutei isso na minha vida, eu preciso saber o que que é’. “, relembra.

Foto: Divulgação

E a partir daí, a trajetória de André Moret começa a se desenrolar. Durante o festival, gravou mais de uma hora do set e ao chegar em casa, estudou cada detalhe da sonoridade de Hernán, tornando-o sua referência máxima na música. Mas ele não queria apenas ter o artista como sua principal influência, seu objetivo passou a aperfeiçoar seus talentos musicais a ponto de produzir músicas que Cattaneo tocaria em seus sets – audacioso, não é mesmo?!

Seus anos seguintes foram dedicados a esta difícil missão; aos poucos, Moret ia construindo sua identidade, pautada principalmente nas linhas progressivas e melódicas, mas com inspirações diversas, a fim de criar um perfil que soasse autêntico. Isso sem falar da sua motivação em contar histórias através do som, fazendo as pessoas se sentirem completas e pulsarem emoções enquanto dançam; e, através de melodias majestosas e ambiências espaciais, ele tem proporcionado experiências únicas a quem o ouve.

Não é à toa que sua música chegou aos ouvidos de públicos diversos, como Argentina, Colômbia e Uruguai, além de conquistar labels renomadas como The Soundgarden, Plattenbank, Univak e mais. E, claro, nessa trajetória não faltaram suportes de grandes nomes da cena como Sébastien Légere, John Digweed e o mais aguardado de todos: o de Hernan Cattaneo.

“Em 2019, eu conheci o Kamilo Sanclementer e ele me ajudou muito nessa transição de tentar elevar a energia da música. Até que no final de 2019, o Hernan começou a tocar as minhas músicas. Eu sempre falo para todo mundo essa história, digo que o Hernan foi quem me salvou e trouxe uma direção para a minha vida por causa da música”. E, pouco antes de ser notado musicalmente pelo artista, André relembra que teve a oportunidade de conversar com Cattaneo e dizer a importância de sua música:

Em um Warung em 2018 eu pude falar isso para ele e foi um encontro que eu nunca mais vou esquecer. Foi a única vez que eu falei com ele e foi mágico poder falar que ele foi a pessoa que me trouxe a direção na vida de novo, pela música, pela vertente, por quem ele é e por tudo que ele defende na cena”, finaliza.

Depois da primeira vez, as produções de Moret já apareceram nos sets de Hernan Cattaneo diversas vezes, com destaque ao podcast semanal do argentino, RESIDENT, o qual já tocou suas músicas mais de 15 vezes. Além disso, neste último ano, em um all night long, o ídolo tocou 3 tracks diferentes em um único set.

“Sempre que começamos algum projeto na vida, temos nossas inseguranças e dúvidas se estamos indo no caminho certo. Os suportes vindos do Hernan, além de serem a realização de um sonho, me trouxeram a percepção de que estou tendo uma boa jornada com a música. Hoje meu coração está me instigando a buscar novas referências para amplificar o meu leque artístico, mas sempre estarei buscando sonoridades que enriquecem a alma e trazem boas energias para as pista. Acredito que dessa forma não irei me distanciar do que Hernan busca para seus sets”, finaliza o artista.

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