PK Live compartilha alguns insights que obteve abrindo pista para grandes nomes internacionais
por Mia Lunis
De um lado, um público que desde a fila para a entrada do evento tem as expectativas recarregadas pela ansiedade da espera ao pensar como será a noite. Do outro, um artista incumbido de fazer a melhor seleção de faixas para que essa pista esteja no ponto certo para a atração principal. Se inicia mais um warm up. O termo, que já tem empregado na tradução literal todo o seu significado, dá início ao flerte entre os clubbers e a festa, definindo o clima, sendo o prólogo de bons capítulos de dança pela frente.
PK Live é um nome que certamente entende de warm up. Nick Warren, Toto Chiavetta, Marcelo Vasami são alguns nomes para os quais ele já entregou uma boa pista, nesses mais de 15 anos de carreira. Com quase duas décadas atrás dos decks e também atuando como agitador cultural da festa Progression, no D-Edge, e da Secret Encounters, no Paraná, algumas boas experiências o ajudaram a acumular o know how de hoje, e descobrir sozinho coisas que nunca lhe contaram sobre a responsabilidade de conduzir o momento inicial de uma festa.
“Minha estratégia é tentar deixar as pessoas chegarem, conversarem, irem ali se enturmando e se envolvendo com a música sem perceberem que estão envolvidas nela. Isso acontece de uma forma tão sutil que conecta o público com a música e os deixa ali curtindo o momento sem aquela ansiedade de esperar o artista principal. O headliner tem que entrar na pista de forma natural, sem uma troca abrupta. Pra isso, busco conhecer o artista que será o destaque da noite e fazer algo coerente com o que eu acredito que ele vá apresentar, sem mudar minha característica musical”, compartilha PK.
A vida em si determina um jogo de cintura e adaptação que por vezes são surreais, e claro, nos decks não seria diferente. Muitas vezes o artista se prepara para a apresentação já quase sob uma fórmula, mas de matemática a relação entre pista x música não tem nada. Então, para evitar erros é preciso também contar com o tão conhecido e ainda assim abstrato feeling.
“Coloca o improviso, o feeling e a organização das pastas no pendrive, tudo dentro de um liquidificador e bate. É aí que vai começar a preparação para o warm up. Não gosto da ideia de levar um set preparado, gosto da improvisação, porém gosto de imaginar como seriam os momentos —- por isso que para um warm up de 2 horas tenho que levar 6 horas de música para serem escolhidas ali na hora.”
PK não pensa em parar tão cedo e ainda almeja esquentar pistas e corações de clubbers abrindo para nomes como John Digweed e Hernan Cattaneo. Elevando a palavra feeling a outro patamar, podemos entender melhor as motivações de PK Live por trás dos decks, revivendo momentos que se conectam com o público e com experiências memoráveis nas pistas:
Eu tive muitas experiências incríveis, seja como DJ, seja como um clubber que está ali curtindo. Um dos momentos que me arrepia quando lembro foi o encerramento da primeira edição da Unik ID. Após tudo que aconteceu e toda luta para conseguirmos fazer acontecer pelo Progressive em São Paulo, olhar as pessoas chorando de emoção e ser abraçado ali na cabine é algo que nunca irei esquecer!
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